A história dessas vidas – Onésimo, Filemom e Apóstolo Paulo – se entrelaça num momento crucial, de decisões, de respostas. Onésimo era um servo de Filemom, que fugira para Roma. Certamente ele tenha buscado a cidade mais populosa do Império Romano na esperança de se misturar com o povo, e não ser pego.

Porém, em algum momento da história, Deus cruza os caminhos do apóstolo Paulo e Onésimo. O apóstolo prega o Evangelho e o escravo fugitivo é transformado por Deus. À medida que crescia em conhecimento e relacionamento com Cristo, ele se dedicava ajudando o apostolo Paulo, que estava em uma prisão domiciliar nesse momento. Prenderam o seu corpo físico, mas os seus lábios estavam a serviço do Reino. Limitaram seu direito de ir e vir, mas suas mãos e mentes estavam a serviço de Deus.

O Evangelho trouxe a Onésimo o entendimento de sua responsabilidade para com seu senhor Filemom. É esse tipo de libertação que o evangelho trás. Consciência cristã, responsabilidade social, desejo de agradar a Deus com as atitudes, mesmo que essas nos tirem de nosso conforto.

Mas, a soberania de Deus está ativa! Deus não está preso ao cronos (tempo) como nós. O kairós de Deus, ou seja, o tempo de Deus colocou Filemom, o escravo fugitivo, para ser discipulado por um missionário que conhecia Filemom, e que agora resolve escrever uma carta para que Filemom fosse sensível a transformação ocorrida na vida de Onésimo.

Coisa linda, não é mesmo? Coisas de Deus! Coisas do Reino! Coisas que devem nos encorajar a continuar caminhando, a continuar construindo, a continuar investindo, a continuar pregando, a continuar amando, porque sabemos que Deus direciona todas as coisas, e nada foge do Seu governo.

Ressaltamos nesse estudo a humildade cristã, produzida pela ação transformadora do Espírito Santo. Ao olharmos para os versículos 08 e 09, vemos que um servo do Senhor pede por favor aquilo que ele poderia ordenar ao seu liderado. Em nome do amor, o apóstolo Paulo pede que Filemom considere o que convinha ser feito no caso de Onésimo. Da mesma forma, vemos a atitude de Onésimo, que demonstra humildade ao se colocar diante de sua responsabilidade de escravo fugitivo. Por fim, temos o desafio de Filemom, de abrir mão de seu orgulho próprio, e perdoar o seu, agora, irmão na fé Onésimo.

Dessa forma, aprendemos com a Bíblia, que a humildade cristã só é possível, se nós nos apegarmos a Cristo e a Sua obra salvadora, morrermos para nós mesmos todos os dias, e vivermos a vida de Cristo em nós. Ele capacitou Paulo a, mesmo estando em uma prisão, manifestar seu amor por um prisioneiro chamado Onésimo, e nos capacita hoje a vivermos uma vida de humildade cristã, vivendo para que Ele, Cristo, seja exaltado.

Que Deus abençoe e capacite a amada Igreja a essa vida de submissão ao Senhor!

Pr. Marcos Souza