Esta carta nos ensina muito sobre a forma de relacionamentos que devemos ter a partir do Evangelho. Apesar de sabermos que o pecado deturpa todas as coisas em nós, a Bíblia também nos mostra que o Evangelho restaura todas essas coisas. Por isso, que somos novas criaturas. As coisas velhas já se passaram, e vivemos sob novas perspectivas, aspirações, buscas, e também sob uma nova forma de relacionamentos.

Relacionamentos são muito importantes. Vivemos em nossas casas com a família, no ambiente de trabalho, nas amizades, na igreja. A sociologia diz isso, que somos seres sociais, nascemos e começamos a buscar pessoas para nos aproximar e descobrir pontos em comum e forma de afinidade e comunhão.

E diante disso, a carta a Filemom muito nos ensina, porque nos mostra que os relacionamentos podem ser restaurados e transformados através da ótica do Evangelho. O que Jesus fez por nós na cruz, possibilita uma nova ordem de nossas relações.

Essa história encantadora, se desenrola da seguinte forma: o Apóstolo Paulo estava preso em um cárcere romano, quando então se depara com um dos prisioneiros que se chama Onésimo. Onésimo era um escravo, que havia fugido de seu senhor, Filemon, e havia sido preso pelos agentes do império.

Na prisão, como Paulo sempre fazia, pregou o Evangelho de Jesus Cristo aquele escravo, que ouviu sobre as boas novas da salvação, e rendeu seu coração ao Senhor Jesus. No versículo 13, podemos ver que Onésimo apresentava frutos de transformação, servindo a Paulo e sendo útil na expansão do Reino.

Contudo, como já dissemos aqui, o Evangelho renova todo o nosso ser. E esse novo homem agora se preocupa com a sua antiga relação com o seu senhor, que havia sido quebrada, e que ele devia voltar e arcar com as suas responsabilidades.
Por convergência de Deus, o seu evangelizador é o apóstolo Paulo, um grande amigo e irmão na fé de Filemom, o senhor que ele havia onerado. E Paulo agora escreve uma carta, uma mensagem, um bilhete, para que Onésimo levasse e entregasse a Filemom.

Paulo se coloca para ser a ponte de uma reconciliação entre um escravo fugido, culpado e sentenciado a morte, que agora era parte da família de Cristo, e o seu senhor, onerado, prejudicado, mas também era servo do Deus altíssimo.
Todos eles teriam desafios. Paulo estava enviando um irmão que era um ajudante e companheiro. Onésimo teria que encarar a situação de voltar e arcar com os prejuízos que causara. E Filemom, tinha o desafio de perdoar o seu irmão na fé.

E nós só podemos viver com nossos relacionamentos transformados, porque Cristo já pagou a nossa dívida e nos regenerou para vivermos em comunhão com Deus novamente. Dessa forma, a base de tudo que fazemos é a demonstração do amor de Deus que está sendo derramado em nós e através de nós.

Que essa realidade seja viva em nossas vidas! Que os nossos relacionamentos familiares, as amizades, no trabalho, possam refletir a vida de Cristo em nós. Que possamos perdoar, amar, ter paciência, ter domínio próprio, mansidão, tudo para a glória do nosso Deus!

Pr. Marcos Souza